sexta-feira, 14 de junho de 2013

Angel of the House

Meus estudos sobre submissão me levaram a um novo termo e gostei bastante dos resultados de minha pesquisa.
A "angel of the house" tem sua devoção e prazer em zelar por sua casa e família, sempre colocando acima de tudo o bem estar dos demais, sendo sempre submissa a seu esposo e dedicada a seus filhos.
O termo surgiu de um poema de  Coventry Patmore publicado em 1954 e que ganhou visibilidade no período vitoriano. Partmore o escreveu pensando em sua esposa Emily,  para ele sempre a mulher perfeita. Muuuuuito criticado, reiteradamente, por trazer a submissão da esposa e sua abnegação como a base principal para o sucesso e felicidade do relacionamento.


A meu ver...

Não posso criticar ou questionar este comportamento. Penso que o prazer de uma mulher pode sim estar em manter aqueles que ama sempre protegidos, sob seu olhar atento e em total bem-estar. A abnegação, neste caso, não faz com que a mulher se esqueça de si própria ou se desvalorize, ao contrário, agradar a seu marido também abrange seus cuidados a si mesma Estética e Psicologicamente falando. Não se pode fazer com que seu parceiro esteja bem, feliz e completo se não estiver plenamente bem consigo. Esperar por seu companheiro sendo, para ele, seu lugar de maior conforto e plenitude.

¨Eu pergunto como o Príncipe Albert reagiria se não encontrasse sua esposa ao chegar em casa cansado querendo alguém para alegrá-lo;
e depois ela chegar também cansada e faminta; e nunca encontrá-la
em casa para supervisionar a limpeza dá casa e manter a lareira sempre acesa. Sem falar de ter sempre suas refeições sem sabor e sem conforto. Aposto que ele, mesmo sendo príncipe, se fosse servido dessa forma, ia terminar numa casa de bebidas ou algo parecido. (Gaskell, 1964:p113)

Engraçado as pessoas criticarem este tipo de prazer... Não estão fazendo absolutamente nada de ruim, não fazem o mal a outras pessoas... Mas se perde muito tempo tentando julgar a forma com que cada um passa seu tempo e vive sua vida e pouco se gasta de vontade e atitude em se fazer o bem. Vamos criticar então uma pessoa que sente prazer e ocupa seu tempo em fazer com que sua casa e sua família esteja em paz, conforto e harmonia?! Ai ai... tanta coisa pra se discutir.

Gostei sim do conceito de Angel of the house, e é meu novo objeto de estudos.
Quero agradecer imensamente minha amiga e mentora Carrie pela ajuda, tradução e orientação nas pesquisas e estudos, bem como as sessões de gtalk-terapias que me ajudam todos os dias.


O Anjo da Casa -  Coventry Patmore

“O homem deve ser agradado, mas em agradá-lo deve consistir o prazer da mulher - da cabeça aos pés 
De suas dolorosas necessidades ela faz seu melhor - deixando a si própria em segundo plano
Frequentemente, ela se deixa em suspenso sem razão e deixa seu coração em uma geleira ou tempestade por uma simples palavra impaciente
que depois evoca fúria, não dela, mas dele 
Enquanto ela, muito doce, delicada demais para despertar o remorso dele através de suas respostas gentis
Espera ao seu lado, esperando pelo arrependimento dele já com o perdão em seus olhos cheios de pena 
E se ele, por sua vez, oprimido pela vergonha
Disser-lhe uma palavra de conforto
Ela se curva sobre seu peito e chora, como se dela fosse a culpa 
Se outros olhos notarem seu charme, ela é ainda a esposa dele
tão caramente devotada a seus braços 
Ela o ama com amor que jamais se cansa
E quando, ah, destino, ela ama só 
Através de uma obrigação passional o amor floresce ainda mais forte 
como a grama cresce mais alta ao redor de uma pedra. “

(Traduzido por Carrie Morales)


Man must be pleased; but him to please
Is woman's pleasure; down the gulf
Of his condoled necessities
She casts her best, she flings herself.
How often flings for nought, and yokes
Her heart to an icicle or whim,
Whose each impatient word provokes
Another, not from her, but him;
While she, too gentle even to force
His penitence by kind replies,
Waits by, expecting his remorse,
With pardon in her pitying eyes;
And if he once, by shame oppress'd,
A comfortable word confers,
She leans and weeps against his breast,
And seems to think the sin was hers;
Or any eye to see her charms,
At any time, she's still his wife,
Dearly devoted to his arms;
She loves with love that cannot tire;
And when, ah woe, she loves alone,
Through passionate duty love springs higher,
As grass grows taller round a stone.